Nessa chuva que
agora cai pela janela,
percebo o quanto me é lícito apreciart-te,
vejo que não tenho explicação para falar
de como tu és incondicionalmente grandioso.
E como agradecer tamanha generosidade e peculiaridade
pois ao preocupar-se tanto assim comigo,
mesmo sem merecer, vejo quanto sou ingrato,
quando dá-me tudo e não sei sequer agradecer.
No simples desabrochar da flor encontro a tua mão,
e enxergo que das mais simples às mais complexas
das tuas obras tua imagem se reflete
porque és grande e grande são teus feitos.
E se impondo e contrapondo como uma poesia desritmada,
confundes o completo com complexo
o grandioso com a simplicidade,
tudo para percebermos
o quanto somos pequenos de mais se comparados a ti.
Se as folhas da árvore da vida hoje caem
é para que como um milagre possas recomeçar,
reviver, recomeçar.
Pois se agora minhas folhas estão murchas e secas,
sei que um dia elas foram belas e vigorosas,
e trouxeram sombra àqueles que estavam precisando descansar.
Ainda que hajam noites escuras
e trevas para me obscurecerem
tua luz radiante há de me aparecer,
ainda que meu céu se encha de nuvens escuras,
por mais que eu pense que a tempestade não terá fim,
pela manhã o Sol me dirá se ainda mereço o seus sublimes rádios vitais.
By: Cléber Moura